Conversei com Iemanjá na beira do mar, depois, andando pela orla, te reencontrei. Ali, parada, olhando o quebrar das ondas e os pensamentos distantes.
Os olhares que se cruzam, se reconhecem, em meio aos encontros de caminhos tão distintos que vão se cruzando em descompasso.
Não sei se ficamos alguns segundos em silêncio ou se foi o tempo que parou. Você olha fundo nos meus olhos e eu mergulho por inteiro nos teus. Mas quando ao seu lado, parece que eu travo, meu corpo não responde aos meus anseios.
Se eu não consigo controlar nem os fios brancos que nascem na minha barba, nem a minha pressão arterial, queria poder controlar o tempo e o espaço pra ter você aqui, agora!
Após mais uma noite em que a saudade não me deixa saber ao certo se consegui adormecer, me dou conta que as cinco e meia já está dia em "Veneza", e eu nem me lembro mais com o que eu preenchia meus pensamentos antes de te conhecer.
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